quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Juliana Paes “Minha função não é só estar grávida”


Revista:Quem Edição 519 08/2010
À espera do primeiro filho, Juliana Paes diz que não conseguiria ficar parada, por isso, aceitou o desafio de comandar o reality show Por Um Fio, uma disputa entre cabeleireiros que estreia em setembro no GNT. QUEM acompanhou com exclusividade a gravação do programa

Na fria manhã de quarta-feira (11), em São Paulo, Juliana Paes pediu um café, enquanto se preparava para gravar o reality show Por Um Fio, do GNT, que marca sua estreia como apresentadora e vai ao ar a partir de 24 de setembro. No jogo, 12 cabeleireiros disputam o primeiro lugar, que dá direito a assinar um editorial de beleza na revista Marie Claire.

Sentada à frente do espelho de seu camarim, em uma produtora na Vila Mariana, ela escrevia nas fichas do roteiro do programa, enquanto era penteada e maquiada. Cantando, de samba a Madonna, Juliana parecia calma. “Só estreia de peça e de novela me dá dor de barriga”, justifica. Apenas a barriga denuncia a gravidez de cinco meses de Pedro. De costas, ao deixar o camarim em direção ao estúdio, ostenta a mesma cintura e anda com desenvoltura com sapatos de saltos altíssimos. Antes de gravar, retoca o batom e é recebida pela equipe com euforia. “Ela está muito bem. Temos um roteiro, mas ela é livre para interagir e falar como acha melhor. Queremos manter essa naturalidade dela”, afirma o diretor, Roberto D’Avilla. “Não queria criar um personagem, a Juliana Paes apresentadora. Mantenho a naturalidade, mas também falo sério. Sei que às vezes sou muito despachada e em alguns momentos mais sérios do programa isso não combina”, afirma a atriz.

Na gravação do primeiro bloco do reality, Juliana dá as coordenadas sobre a prova, em que os participantes precisam produzir o cabelo das modelos como se elas fossem posar para uma capa de revista. Durante a competição – que dura uma hora –, ela deixa o cenário, mas acompanha tudo através de monitores, instalados em outra sala. Assim que deixa as câmeras, pede para trocar os sapatos por um par de chinelos. “Para apresentar ele é lindo, mas não é para a vida”, brinca, enquanto tira o calçado dos pés. Em uma cadeira de plástico, com chinelos e um casaquinho sobre as pernas, avisa: “Agora, vou comer minha tangerina de todos os dias. Este não é um momento de glamour”.

Antes do almoço, vai até o camarim onde manda e-mails para o marido, Carlos Eduardo Baptista, para falar sobre as mudanças na casa, com a chegada do bebê. “Estamos naquele momento de arrumar o quarto do bebê”, diz. Para o almoço, pede lanche e descansa um pouco no camarim. Logo depois, volta aos bastidores, para acompanhar de longe os participantes dirigindo a sessão de fotos das modelos, de chinelos e grampos na cabeça. “Eles já nem se espantam mais com minha presença. Gosto de ver tudo. E só me sinto à vontade quando tenho domínio do que estou fazendo.” Entre uma gravação e o
utra, ela falou a QUEM:

QUEM: Você tem, em sociedade com sua família, um salão de beleza em Niterói. Isso pesou para que você aceitasse comandar um reality com cabeleireiros?
JULIANA PAES: É óbvio que meu interesse e conhecimento nesse universo só aumentou por causa do salão. E o fato de lidar com profissionais da área me dá certa experiência. Lá no salão, a gente também tem problemas, como aqui no programa. Problemas de ego e vaidade... que a gente sabe que existem neste mundo. Somos todos artistas, sensíveis demais, à flor da pele (risos). Fora que cabelo é uma paixão para mim. Sempre gostei. Sempre tive que dar um jeito para fazer o meu, pois não tinha grana para ficar indo ao salão. Eu mesma metia a mão, fazia minhas luzes, pintava meu cabelo, o das minhas amigas...

QUEM: Já fez algo que deu errado em seu cabelo?
JP: Já fizeram em mim! Uma vez, meu cabelo caiu pela metade. Umas amigas foram fazer mechas e as mechas todas, do meio para baixo, caíram! Onde tinha mechas, ele quebrou pelo meio. Ficou um horror!

QUEM: Você está estreando como apresentadora, está grávida pela primeira vez...
JP: Mulher é assim, cara! Mulher só fica 100% tranquila quando ela sabe que está realizando coisas. É importante saber que você não está obsoleta porque está grávida. É importante saber que você tem alguma função. Minha função não é só estar grávida.

QUEM: Mas tem quem diga que esse é um momento para ficar mais quieta, curtir mais.
JP: Ah, claro. Eu acho bom diminuir o ritmo, sim, e não estou naquela batida intensa de novela. Mas é bom saber que estou produzindo, fazendo coisas. Senão sua cabeça fica só pensando naquilo e a vida fica um pouco vazia. Ainda mais eu, que sempre fui agitada!

QUEM: E você está se sentindo bem?
JP: Estou ótima! Imagina, às v
ezes eu até esqueço que estou grávida. Eu não poderia abrir mão de tudo, sabe? Para mim, isso me frustraria demais. Gosto de estar na atividade, mesmo estando neste estado interessante (risos).

QUEM: Você se preocupa com o peso?
JP: Engordei o peso da barriga. Eu não estou me pesando muito, não. Mas acho que faz parte e não quero ficar muito ligada na questão do peso. Não estou fazendo dieta, como normalmente e estou feliz. Ficaria muito infeliz se tivesse que fazer dieta neste momento.







QUEM: Está com vontade de comer algo diferente?
JP: Não tenho vontades. Só tenho sentido vontade de comer demais. Toda hora dá uma fominha. Então, tento comer coisas saudáveis. Você me viu lá, com a tangerina. O que mudou mais é que ando com sono, mas estou feliz.

QUEM: Sono?
JP: Sim, parece que a barriga pede um tempo para ela. É como se ela falasse: “Fica quieta um pouquinho. Vai ver TV”. Então, depois do almoço vou para o camarim, dou uma descansada, o bebê merece.

QUEM: E os mimos do marido? Aumentaram?
JP: Muito! Nestes dias, que estou gravando em São Paulo e ele está no Rio, Dudu fala que está morrendo de saudade o tempo todo. Mas eu desconfio que ele está é com saudade da barriga, não de mim. Ele nunca falou que está com tanta saudade de mim! Então, acho que é por causa da barriga (risos)!

QUEM: Você costuma falar com o bebê?
JP: Eu penso. Penso muito com ele, nele. Não fico falando em voz alta. Imagina eu no quarto, sozinha, falando. Quando começo a sentir o movimento, é uma sensação muito boa. Nem dá para explicar... mas está cheio de perguntas sobre maternidade aí (risos).

QUEM: Você se incomoda de falar sobre isso?
JP: Não é bem um incômodo. Eu me preocupo com a exposição, sabe? Acho que esse assunto, às vezes, é explorado demais. Não gosto da obrigação de ter que mostrar a barriga. E eu sou uma pessoa superaberta, falo de tudo, você sabe disso. Só uma coisa ou outra me incomoda.

QUEM: Está falando de paparazzi?
JP: Sabe qual o meu problema com os paparazzi? Eles precisam ter o mínimo de sensibilidade. O trabalho deles não me incomoda. O que me incomoda é a falta de limite. Sensibilidade significa o quê? A pessoa está na praia e você conseguiu um flagra dela. Tudo bem, mas, pô, procura fotos em que a pessoa está decente! Não vai pegar a foto em que a pessoa levantou e a perna ficou esquisita e mandar para todos. Isso não vai te ajudar a ganhar mais dinheiro, não. É um terror ficar pensando que um cara pode te detonar. Aí vira uma guerra. Algumas pessoas ficam irritadas, mandando o dedo feio. E os leitores podem não entender o que aconteceu naquele dia. Vejo colegas superqueridos sendo retratados dessa maneira. E eu sei que eles não são assim.

QUEM: Você lê revistas de celebridades?
JP: Eu leio, sim! Até mesmo assino, em casa. Acho justo o trabalho que é feito. Mas há certas coisas que não precisa. Por exemplo, se um cara vai te fotografar no restaurante, não precisa ser de boca aberta, colocando o garfo cheio de comida na boca. Eles são como nós? Sim, somos todos iguais. Mas não precisa aparecer de boca aberta comendo, não é (risos)? Dá para mostrar isso numa foto natural, bonita, na mesa de um restaurante.


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